terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Jardim corta no emprego para estrangeiros

"A versão portuguesa da frase "British Jobs for British Works!" já chegou a Portugal, com sotaque madeirense, já que o Governo Regional limitou para 20 o número de trabalhadores extra-comunitários que as empresas do arquipélago podem contratar durante este ano, através do centro de emprego local.


Aqueles 20 postos de trabalho só poderão ser preenchidos se não aparecerem candidatos portugueses ou comunitários, representando uma descida acentuada em relação às vagas existentes em 2007 e 2008: 130 lugares para estrangeiros.

A limitação foi fixada no início deste mês através de uma resolução do executivo madeirense, e surgiu dias depois de Alberto João Jardim ter pedido aos empresários madeirenses para darem prioridade aos trabalhadores regionais em detrimento dos estrangeiros.

"Nós já não estamos no pico de obras do ano 2000, em que foi preciso importar bastante mão-de-obra, agora trata-se de dar resposta à mão-de-obra madeirense", disse o presidente do Governo Regional, durante um jantar de empresários ligados à construção civil. Um apelo que se estendeu a todos os sectores, e que mereceu fortes críticas não só da oposição regional, mas também da organização SOS Racismo, que classificou a atitude de Jardim de "xenófoba", "racista" e "anti-constitucional.

"Não é surpresa que o Dr. Alberto João Jardim tenha atitudes xenófobas e racistas em relação a comunidades estrangeiras", acusa a direcção da SOS Racismo, lembrando o 'caso dos chineses', em Julho de 2005. No entanto, lamenta que Jardim siga uma "corrente política enraizada" - lei da imigração - que foi "um fracasso" ao nível do programa nacional e ao nível dos programas regionais, disse Mamadu.

"Repudiamos a atitude do Dr. Alberto João Jardim que sempre foi xenófobo e populista, e condenamos a forma impune com que atropela todas as normas constitucionais, discriminando os trabalhadores em função da origem", concluiu."

in Expresso Online, edição de 17 de Fevereiro de 2009

Já fui emigrante e apesar de ter tido algumas dificuldades, nunca senti na pele descriminação ou xenofobia. Num Mundo livre e numa Europa que se quer aberta, estas medidas não vêm ajudar a visão que as pessoas terão da Madeira de Jardim. On the other hand, vem só beneficiar a visão que os Madeirenses têm de Alberto João Jardim que (supostamente...) põe sempre os interesses regionais em primeiro lugar...

Haverá sempre duas leituras que podem ser feitas desta decisão, independentemente da leitura que cada um faça, tenham sempre em conta que a Madeira não é de Jardim, é dos Madeirenses.


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