sexta-feira, 25 de novembro de 2011
sábado, 22 de outubro de 2011
Uma verdade incómoda
Acabo de chegar de uma aula na Universidade em que se abordou o tema da Responsabilidade Social. Depois de uma apresentação feita por uma pessoa ligada ao sector bancário, em que se expos, com dados concretos, as acções desta instituição no campo da Responsabilidade Social, passamos a uma fase de perguntas e respostas sobre o tema, que rapidamente se desviou para o actual contexto sócio-economico de crise em que vivemos.
Foi com alguma desilusão que ouvi as perguntas que se seguiram. Sempre num contexto de individualismo ou critica em relação à política de Responsabilidade Social da instituição em causa: Ora porque seria insuficiente, ora porque não contribuía directamente em áreas especificas como o ensino superior, apoiando ou não indivíduos ou instituições. A minha desilusão não terá sido tanto com o teor das perguntas, mas sim a envolvente contextual em que se inseriram, tornando o tema demasiado limitado. Senão vejamos:
- As perguntas foram sempre no sentido individualista de tentar descobrir como é que a instituição poderia contribuir para melhorar as condições de um ou mais indivíduos tendo em conta apenas o contexto em que estávamos inseridos (neste caso, estudantes e instituições do Ensino Superior)
- O tom critico com que se abordou a responsabilidade dos bancos, que existe, no actual cenário de crise sócio-económico, desvalorizando sempre o contributo individual de cada um, para que o estado da economia tivesse chegado a este ponto, que embora muito mais incomodo e inconveniente, também existe.
Infelizmente, este tipo de postura como que um “lavar de mãos” ou um (e aqui peço que perdoem o populismo da expressão) “venha a nós o Vosso Reino”, é a mais comum e abrangente, por motivos óbvios: é sempre mais fácil culpar os outros que assumir a culpa. Por muito pequena que possa ser.
Como pessoa de sangue quente que sou, não pode deixar de intervir, parafraseando um dos maiores Estadistas do século passado, que foi até então o mais jovem Presidente da maior economia do Mundo (à data) que disse:
“Ask not what your country can do for you, ask what you can do for your country”
Podemos argumentar que as suas acções no âmbito da sua política económica, demasiado virada para um ideal keynesiano, vieram de certa forma contradizer as suas palavras, no entanto a frase não deixa de ser oportuna e intemporal.
Numa geração demasiado habituada ao “facilitismo”, e contra mim falo, porque obviamente também me insiro nesta geração, é preciso que esta mentalidade de inércia de que o Estado tem de garantir uma série de critérios associados a um suposto bem-estar, desapareça.
É preciso que nos concentremos mais nos factores que podemos controlar e menos naqueles que estão fora do nosso controlo directo.
É preciso que sejamos mais exigentes, honestos e humildes connosco próprios.
Quando há uma abstenção superior a 50% como é que é possível que se exija responsabilidade aos políticos? Não que esta seja indispensável, mas para exigir alguma coisa aos outros não será preciso que sejamos mais exigentes connosco?
Como?
Aqui, volto um pouco atrás: nos concentrando nos factores que podemos controlar:
Controlando o crescente consumismo.
Sabendo ser responsáveis quando compramos, olhando por exemplo à origem dos produtos.
Sendo produtivos, mesmo quando podemos contra argumentar, e justamente, que os sucessivos cortes nos rendimentos de quem trabalha são desencorajadores, temos de ter a clareza de perceber que também nós contribuímos para esta situação, fosse contraindo créditos, consumindo produtos que têm apenas como premissa o “querer ter” em vez de consumir apenas por necessidade, adoptando uma postura mais “laxista”, porque quando as coisas estavam a correr bem, o acesso ao crédito era fácil, quando havia subsídios para tudo e mais alguma coisa ninguém estava verdadeiramente preocupado com o que isso significaria num futuro que se veio a comprovar ser de curtíssimo prazo. Porque ainda em 2009 o nosso Primeiro-Ministro nos garantia que tudo estava bem.
Ser responsáveis quando exercemos o nosso direito de voto numa democracia, que infelizmente, vive com ideais cada vez mais líricos.
O Estado deve de dar o exemplo: Sim. Claramente e sem a mais pequena dúvida. Mas quando nós, individualmente não damos o exemplo, quando mais de 50% da população não se preocupa ao ponto de dispensar exercer o seu direito básico de cidadania, quando temos salários baixos e queremos viver muito acima das nossas possibilidades, única e simplesmente porque achamos que temos direito, como é que podemos exigir responsabilidades a terceiros. Como? Com que moral?
Contextualizando: venho de origens muito humildes e nunca tive a perspectiva de seguir o ensino superior depois de finalizar o secundário. Sempre me foi difícil ter acesso àquilo que muitos dos meus colegas consideravam básico como um computador ou uma calculadora gráfica. Sempre tive noção das dificuldades e desde de muito novo que foi explicado com toda a clareza que se precisasse de algo – que não fosse o indispensável - teria de trabalhar para o conseguir. Felizmente, sei que não sou o único. Conheço muitos jovens e não tão jovens nas mesmas condições, que trabalham dedicadamente e que independentemente de gostarem ou não daquilo que fazem, fazem-no com brio. E são estas pessoas que me fazem ainda ter esperança que possamos, um a um, acordar de manhã, bem ou mal dispostos e alterar a ordem da pergunta que geralmente fazermos, para:
“O que é que eu posso fazer hoje, que contribua para um bem comum amanhã”
A vida não é um concurso de popularidade. Haverá os que ao ler o que acabo de escrever ficarão com a sensação de que adopto uma postura hipócrita ou paternalista, que sou lírico ao propor soluções que podem parecer à primeira vista utópicas ou ainda que demonstrem alguma falta de humildade.
Admito que esta possa não ser a resposta, admito ainda que possamos a falar de mudar algo imutável, mas há um facto que é indesmentível: Quando tudo o que temos andado a fazer até agora não resultou, não será esta uma oportunidade - talvez única - de alterar completamente a nossa maneira de pensar e tentar fazer desta ameaça uma oportunidade, quem sabe, talvez única, para tomar um caminho diferente?
P.S. 2 – Eu não me importo.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Bad day, good day
Nas últimas semanas perdi muita coisa. Ou pelo menos assim pensava.
Tive a oportunidade de ver não só o melhor e pior de mim, como dos outros. É habito se dizer que com o mal dos outros podemos bem, mas depois de ver o mal que os outros são capazes de fazer...senti-me deslocado, enganado, injustiçado.
Relembrei-me do facto de que a vida não é justa.
Quero começar de novo, pensar que o pior já passou e que eu soube lidar com isso, de uma maneira ou de outra. Continuo a me sentir um previligiado. Sei que, felizmente, não voltei a passar pelas sérias dificuldades que demasiadas pessoas estão a sentir.
No entanto, continuo a pensar que a vida não é justa.
domingo, 1 de maio de 2011
A Outra Doutrina
Está instalado no nosso país uma cultura triste e rasca na qual não me reconheço. Um sentido de falsa riqueza que começa desde de tenra idade e é transversal a classes económico-sociais. Toda a gente tem uma opinião que não se refreia de publicar, partilhar ou vociferar nas rádios, televisões ou redes sociais. Toda a gente tem uma opinião mas se esquece que mais que opinar, apontar caminhos ou soluções é preciso fazer acontecer. Fazem-se congressos, aplaudem-se os líderes, criticam-se os opositores, são delineadas estratégias e todos saem com largos sorrisos sem se cansarem de afirmar “que desta é que é”. No entanto a Mensagem de Fernando Pessoa continua hoje mais actual que nunca e “falta cumprir-se Portugal”.
Nós somos pobres. Não de espírito, não de história, não de cultura, não. Nós somos pobres daquilo que realmente interessa. Estamos tesos. Não temos dinheiro para mandar cantar um cego. No entanto, continuamos a culpar os Governos, os Presidentes, os Partidos por aquilo que é tão básico e que nos esquecemos: se não trabalharmos nunca vamos ser ricos. Nunca.
O ideal capitalista que tomou conta da nossa sociedade e que se agravou drasticamente com a entrada na zona Euro, ajudado por um Primeiro-Ministro irresponsável, incompetente, irrealista, plantou no fundo das nossas cabeças a ideia de que para lá chegarmos não precisamos de trabalhar. E revezam-se as teorias que explicam onde e como falhamos, de como o peso do Estado é incomportável para uma Economia que se quer moderna e a crescer, ou de como o tecido empresarial se deteriora a cada dia que passa mas ainda não vi ninguém a falar abertamente disto: em Portugal, a generalidade da população não quer trabalhar. E é por aí que tem de começar a mudança.
Que merda de democracia é esta em que estamos limitados a escolher entre o Zé e o Pedro que se agarram cada um aos seus ideais como eu me agarrava à chucha em criança?
É para isto que se fez Abril?
É isto que a podre geração de políticos geriatricos se orgulha?
É isto que os “Pais da democracia” nos deixaram?
Perdoem-me a heresia mas se é para isto, preferia que esta democracia tivesse morrido à nascença.
A solução é só uma: trabalhar. E trabalhar mais. E continuar a trabalhar. É preciso ter capacidade de sofrimento, porque nós somos pobres e pobre sofre. Mas a capacidade de sofrimento tem de ser transversal. Não podem haver políticos ou deputados de profissão. A política deve de ser tão só vista como uma missão. Quem muito grita e barafusta nada mais faz que ventilar as suas frustrações pela latente falta de competência, de humildade ou de carisma.
Este país perdeu-se quando uma meia dúzia, ricos à custa de uma cartilha keynesiana, quis passar a impressão que para se ser rico não se precisa de trabalhar. É preciso alguém que diga aos Portugueses que a grande maioria de nós nunca vai chegar a rico. Deve sempre ambicionar algo melhor, mas é essencial ter objectivos calendarizáveis, tangíveis que sejam passiveis de se atingir com trabalho.
Nós já fomos grandes e temos tudo para ser os maiores. Temos grandes empresas, jovens cheios de vontade de crescer, de aprender, temos grandes desportistas, escritores, arquitectos, cientistas, investigadores, inventores mas continuamos pobres.
Porquê?
quarta-feira, 30 de março de 2011
Sobre o CINM - A Opinião de um leigo
É preciso esclarecer dois coisas fundamentais sobre o CINM:
1. - As empresas aqui filiadas PAGAM impostos. Não há borlas para ninguém.
2. - A história de que o CINM custa ao Estado 1000M€ por ano é MENTIRA. É demagogia política, mostra ignorância, desconhecimento e é triste quem manda não saber esclarecer que o Estado não dá dinheiro nem injeta dinheiro em nenhuma empresa do CINM (ao contrário dos 800M€ bem reais do BPN). O que quer dizer é que se as Empresas instaladas no CINM tivessem de pagar impostos ao mesmo nível que Empresas Portuguesas (i.e. 40% IRC) renderiam 1000M€ e não os atuais 300M€.
O que não é dito é que as instituições que optam se instalar no CINM não vêm para cá pelos belos olhos dos Madeirenses ou para apreciar a paisagem: vêm para cá porque querem maximizar os seus lucros e desenvolver os seus negócios. E se empresas há que nem escritório têm, é preciso dizer CLARAMENTE que o CINM cria 1700 postos de trabalho diretos e para quem tem um conhecimento mínimo de Economia sabe que para cada posto de trabalho direto estão criados dois postos de trabalho indiretos.
Dito isto, as questões da legalidade só podem ser levantadas por pessoas que não têm conhecimento absolutamente nenhum da questão, uma vez que as empresas do CINM são auditadas por entidades independentes uma vez por ano, o CINM é considerado pela União Europeia como uma Praça Offshore colaborante e que funciona dentro dos trâmites previsto na legislação comunitária para o efeito.
Acrescentaria que no Luxemburgo existe também uma Praça Offshore que o Governo local luta para manter competitiva, enquanto nós em Portugal preferimos politizar questões sérias que são questões maiores que partidos e que pessoas.
Para finalizar quero deixar uma crítica à SDM e ao Governo Regional pela inépcia que mostraram na condução das negociações com o Governo central acerca do CINM. Isto é sério meus senhores, não é um assunto que diga respeito a um concessionário negociar nem é o tipo de assunto que mereça uma resposta reativa em vez de pró-ativa. Deixemos de brincar aos partidos e às políticas e tratemos de defender o interesse Regional e Nacional, em especial numa altura que este país tanto precisa!
quarta-feira, 23 de março de 2011
The Wall
A parte que gostei mais foi de poder cantar, saltar e bater palmas com outras não sei quantas mil pessoas em perfeita harmonia. Estávamos ali todos para o mesmo...e Waters não nos desiludiu.
quarta-feira, 2 de março de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Ter uma namorada dormente é...
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Ter uma namorada fantástica é...
Can't beat that. Not on my books.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Uma curiosidade sobre o meu Avô
...o meu Avô nasceu no dia 3 de Fevereiro de 1937, mas só foi registado no dia 9 de Fevereiro de 1938. Isto quer dizer que ele tem 74 anos na realidade mas apenas 73 pelo B.I. .. e que faz anos 2 vezes por ano! Até nisto ele tinha de ser especial!
Viva aos Avós! :)
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Sonho vs Realidade
Há 4 anos uma semente foi plantada no fundo da minha carola e cresceu, passando de uma boa ideia para um projecto muito promissor. Demorou algum tempo, mas nos últimos meses tenho dado passos decisivos na direcção certa. Agora que se aproxima o momento da verdade - e por muito confiante que esteja, e estou - há um outro pensamento que cresceu e do qual não me consigo ver livre: o medo de falhar. É sempre bom atingirmos os objectivos a que nos propomos, é ainda melhor quando conseguimos tornar os nossos sonhos realidade, só que nos sonhos, não existe a possibilidade de falhar...porque não passam disso mesmo: de sonhos.
Por muito inspiradores que sejam os livros, as frases feitas, os vídeos, nada nem ninguém me vai ajudar, senão eu mesmo. Neste ainda curto caminho que já percorri já sofri demasiadas desilusões com os outros para considerar sequer a possibilidade de fazer depender o sucesso do projecto de terceiros.
A pior parte é que ultimamente acho que nem em mim se posso confiar...
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
A moment of Geek
Faz tempo (como diz o brasileiro) que não posto nada. Ora, acontece que começo a escrever um post, chego a meio...e pummm. Fecho a janela. Não sei se é por não gostar do que leio, se é por pensar que não escrevo nada digno de ser lido. Either way, achei por bem interromper o meu silêncio com um momento geek.
Há uns meses, quando a minha (brilhante) cabecinha pensante trabalhava em pormenores para um projecto de negócio, tomei contacto com um sistema operativo alternativo, do qual já tinha ouvido falar muito (e bem): o Linux.
Para muita e boa gente, este nome soa a dores de cabeça, incompatibilidades, etc. e afins. Eu já tinha usado Linux durante algum tempo num projecto da escola, há cerca de 10 anos (jesus .. has it been that long?) pelo que decidi experimentar um versão recente, com ambiente gráfico (sim porque naquela altura só tínhamos linha de comandos ou terminal como o queiram chamar)...primeiro, a medo experimentei num PC lá de casa a correr em simultâneo com o Windows e até gostei, ontem decidi instalar de raiz num portátil velhinho que lá temos e...bem, estou mesmo maravilhado!
O sistema é Ubuntu Linux 10.10, é completamente free (sim, não é preciso piratear nada), vem com um conjunto de aplicações muito interessantes e tem um brilhante centro de software que nos permite adicionar aplicações para todo e qualquer propósito - mais uma vez, totalmente free.
Isto tudo para vos dizer que graças ao Linux consegui reduzir para cerca de metade o hipotético custo inicial de um projecto de negócio. Sendo que este valor se destinaria apenas e só à aquisição de Software e respectivas licenças à Microsoft. Imaginem se todas as grandes empresas, institutos públicos, empresas do estado e afins optassem por deixar de enriquecer o Bill Gates e passassem a usar sistemas operativos À BORLA?
Por cada PC com Windows, há um custo associado de uma licença de sistema operativo, provavelmente uma licença de Office, muito provavelmente uma licença de terminal remoto e por último uma licença de domínio. Tudo isto é pago e tudo somado pode andar à volta dos 300€ a 700€ por PC, seja novo ou velho.
Hmmm...kind of makes you wonder, hey?